Eu ando com vontade de
lhe dizer uma coisa, Apolo. Uma coisa que talvez encerre aqui nosso
diálogo, pois o esclarecimento total e detalhado de tais fatos,
marcados de decepções e conflito interno, começam a gritar para que
a ordem dos fatos devolva a ordem dos pensamentos.
Vivo no segredo da
experiência onde perceber tais presenças fazem de mim um refugiado.
Longe de ser uma
perseguição ou um fato odiado, mas tornei-me parte da ordem das
coisas.
O desdobramento
subsequente deste delírio, se é que posso chamar assim, contribuiu
para uma terrível inércia subjetiva, resultando na negação do
sujeito, ou seja, o reconhecimento chocante de que a concepção do
mundo que predomina no pensamento é distorcida, perde-se, por
conseguinte, a vida que tal reconhecimento acarreta.
Baseando-me nesse
refúgio psicanalítico, retiro-me por tempo indeterminado a lhe
escrever.
Que os conceitos dessa
escrita lhe esclareça tal atitude.
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