sábado, 5 de setembro de 2015

Um dia qualquer

Domingo fui assaltado, eu e mais duas amigas.
Três armas, uma pra cada vítima. Assim nenhum de nós poderia reclamar que correu risco de vida sozinho.
Nossas caras de quem perdeu o ônibus em dia de chuva demonstrava toda nossa indignação.
Uma chorou, a outra sem entender o que tinha acontecido me olhava, mas era impossível encarar a situação.
Para que se entenda melhor, narro aqui esse fato: três pessoas esperam a chegada do ônibus de uma delas. Conversam.
Uma carro para, descem três caras armados dizendo que "perdeu... perdeu..."(gíria de fácil dedução).

Levaram tudo, inclusive nosso amor-próprio!
Minutos depois seguimos para nossas casas. Pra felicidade de uma, dois reais sobraram e seu ônibus pode pegar.

Os outros dois caminharam e refletiam sobre como muitos deixam-se iludir pela aparente vida fácil da carreira criminal.
De fato nunca me ficou claro a lógica e o critério dentro dessa prática.
E assim passa o tempo, ainda estamos bem, mas a cidade está cada dia mais violenta.