sábado, 30 de julho de 2011

Segunda carta à Apolo

Aqui estou novamente Apolo, no exercício de lhe escrever.
Tomei essa iniciativa assim que o encontrei novamente, só que desta vez em uma prateleira de um sebo, entre outros escritores, dos quais desconheço boa parte.
Mas essa é outra história, parte integrante da qual relato, que mais adiante retomarei dando sentido a tudo que lhe narrar de forma sistemática e abrangente.
Sabe Apolo, tive dúvidas quando menino se teria uma profissão, um reconhecimento por parte de ascendentes de origem comum.
Hoje, quanto mais longe me mantenho deles, mais sinto apreço por mim mesmo.
Retratar alguns episódios deste período, fará com que de fato, você concorde comigo quanto a forma absurda, grotesca e tirânica pela qual fui submetido com o passar dos anos, assim que daqueles que herdava alguma coisa, já não herdara mais nada, a não ser retratos sobre-postos em albuns de fotografia.
Em alguns momentos desejei a morte, mas como todo menino sem formação, isso não passava de idéias sem cabimento, querendo fugir da situação pela qual me encontrava.
Mais tarde, já não desejava mais a minha morte, mais sim a morte daqueles que exerciam poder sobre mim.
Mas o tempo me fez sábio, extraindo de mim esse impulso involuntário.
Tenho muito tempo ainda para lhe escrever, Apolo, por tanto, hoje paro aqui.
Você deve estar se perguntando por quê escolhi você!?
Saibas que em algum momento, em algum lugar ou espaço, incondicionalmente você modificou minha maneira de perceber o mundo. Por tanto, não se zangue, não quero fazer da sua consciência um depósito dos meus fantasmas que me assombraram quando menino.
Você, agora, é parte da minha capacidade de julgar o que retive durante anos, e que hoje divido contigo.
Seja compreensivo, espero que você contribua com este exercício que nos envolve em um determinado ponto de nossas vidas.

sexta-feira, 29 de julho de 2011

Cartas à Apolo, o poeta amargo

Iniciarei a dizer, sem saber onde te encontras, que parte da vida iniciada, não me recordo mais.
Sei que quando menino, tudo me divertia, a não ser quando tinha minha liberdade privada por àquela que me criou por um determinado tempo.
Quantas vezes observava receoso a espera de uma punição severa, sem ao menos ter oportunidade de me defender.
Toda aquela agressividade materna hoje nada representa a não ser um ódio contido pelas diversas vezes que não pude argumentar, apenas apanhar calado.
Parte deste período, onde descobrimos as delícias da vida, foi esmagado por uma mulher rude e de caráter austero, tomada pelo desejo de punir.
Devo dizer que, tentando escrever parte desta minha história, o início dela não foi lá dos melhores, a não ser os momentos em que me encontrava fora de casa.
Mas fique tranquilo Apolo, pois lá na frente você vai ver que as surras da vida me transformaram e as cicatrizes foram curadas com sabedoria.
Dela, hoje, já não sinto mais falta alguma, pois sua inflexibilidade não resistiu ao tempo e foi para debaixo da terra junto com seus restos mortais.
Desejo-lhe uma boa leitura de minhas confidências, pois assim saberás mais de minhas angústias até me tornar um homem sabido.
Sem mais agora, mas verás que tenho muito a dizer. 

sábado, 23 de julho de 2011

O estranho e seus perigos

Tudo sobre mim caminha em direção ao desconhecido, quando não se faz relação a imagem, associando meu modo de ser ou agir com um conjunto de princípios que valorizam minha ação.
Posso muito bem abandonar determinada característica quando a relação distante entre eu e o outro não principia mais desejo de contribuição.
São momentos como estes, enigmáticos, que torno-me uma ameaça, uma provocação às relações, sobre tudo aos hábitos insuportáveis de alguma importância.
Na mais violenta forma de tratar um assunto distante, solicito a influência das palavras e das idéias.
Todo cuidado é pouco comigo mesmo, sou improvável quando a resposta não sou eu.
Este é um exercício sem forma, pois tudo aqui não passa de uma simples reflexão, um hábito, métodos do pensamento.

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Noite mal dormida

Estado de repouso intranquilo, série de imagens que estremece as pálpebras.
Difícil dizer o que reproduzia tal sensação, já que estava completamente em transe, repousando.
A libertação dos hábitos diários é o esquecimento de uma consciência artificial, provida apenas por algumas permissões durante determinadas horas.

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Evolution is so creative

Já não se faz mais o que faço neste momento. Sentar à janela e descrever o que se passa distante, lá fora, onde os transeuntes percorrem seus dias à procura da vida perfeita.
Longe de mim falar de personagens com interesses financeiros, cegos pelo trivial desejo de consumo.
Tenho cautela suficiente para evitar narrar essa vontade miserável, que de fato são.
Gosto da inquietação, essa terrível maneira de alcançar as vicissitudes que a natureza obriga-nos, em determinado momento, subjugar nosso entendimento como ser presente em uma atmosfera contínua, pertinente à um progresso de dúvidas relativas ao seu desenvolvimento.
No fundo, este este fio-condutor, faz com que refutemos nossas antigas dúvidas sobre os mecanismos inseridos a nós mesmos, como forma de um novo registro, uma nova fase, na qual avançamos lancinantes, prontos para uma nova etapa.
Identificada a origem do confronto interior, diagnosticado sua sutileza, abrimos caminho para um estado de desenvolvimento completo.
Uuuuffa... salvo pela consciência, mais uma vez venço minha fraqueza, esse descontrole que acumularia uma descarga negativa, embriagando meus sentidos.
Venci você!
"O circuito da imaginação é ensinado a reagir das menores deixas".

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Não acrescento nem aumento

"A crença de que os homens são iguais é absolutamente indefensável e deriva-se apenas do fato de serem feitos da mesma maneira."

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Escrevendo por títulos

No mundo de Sofia, avistei o pequeno príncipe. Era 1984, a era das revoluções.
Ali, naquele admirável mundo novo, vigiar e punir era a arte de ter razão.
Elogio da loucura ou a religiosidade nos limites da simples razão?
Sob a crítica da razão pura, assinava o tratado sobre a tolerância dentro das regras do método sociológico, em defesa da sociedade.
Pura microfísica do poder em defesa da investigação sobre o entendimento humano.

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Colecionando impressões

Outro dia, vi um senhor próximo a minha casa que avançava cautelosamente em direção ao posto de gasolina em poder de uma caneca, dessas de plástico que costumavam servir achocolatado aguado no intervalo do primário. Pediu ao frentista uma dose e saiu em disparada.
Embora eu não saiba qual o objetivo do velho, resolvi manter distância do que poderia ser o fim dessa história.

terça-feira, 12 de julho de 2011

Vítimas de minha consciência

Devorando o dia, consumo àqueles que, por mediocridade, não alcançam a sabedoria das dúvidas perante o avanço das idéias.
Destes, eu mantenho distância previsível, arrebatando, lançando fora toda simbologia e divindade.
Estas são respostas à efeitos imediatos dentro de uma abordagem composta de elementos característicos.

sábado, 9 de julho de 2011

terça-feira, 5 de julho de 2011