segunda-feira, 17 de março de 2014

Doze cartas à Apolo... pode parecer inevitável


Eu ando com vontade de lhe dizer uma coisa, Apolo. Uma coisa que talvez encerre aqui nosso diálogo, pois o esclarecimento total e detalhado de tais fatos, marcados de decepções e conflito interno, começam a gritar para que a ordem dos fatos devolva a ordem dos pensamentos.
Vivo no segredo da experiência onde perceber tais presenças fazem de mim um refugiado.
Longe de ser uma perseguição ou um fato odiado, mas tornei-me parte da ordem das coisas.
O desdobramento subsequente deste delírio, se é que posso chamar assim, contribuiu para uma terrível inércia subjetiva, resultando na negação do sujeito, ou seja, o reconhecimento chocante de que a concepção do mundo que predomina no pensamento é distorcida, perde-se, por conseguinte, a vida que tal reconhecimento acarreta.
Baseando-me nesse refúgio psicanalítico, retiro-me por tempo indeterminado a lhe escrever.
Que os conceitos dessa escrita lhe esclareça tal atitude.

domingo, 16 de março de 2014

Resenha do fanzine A Traça 014-1 - edição bilíngue



Acompanho este trabalho desde, não sei bem. Faço dele um abrigo paciente, e às vezes enalteço com tudo que sei, mas também o que não sei. Gosto de considerá-lo como um diálogo filosófico. “Não pra trás” seguindo à própria experiência de análise, cria-se um monólogo sobre advertências e dúvidas da existência. Como neste trecho: “Se eu contar como me senti diante do abismo, preso no amanhecer da noite sem sono, mergulhado num vazio existencial, provavelmente nossos laços seriam a corda sobre o abismo”. Quantos entre-laços podem ser criados diante do fim? Em quantos vieses podemos interpretá-lo?. São formas que capturam uma duvida futura e, sabe-se que é interminável. Há quem trabalhe em livrarias, que vende autores de encomenda e esquecem os livros. A literatura fica para depois, também está indiferente a este zine. Quanto ao autor, já tentei convencê-lo outra vez. Por que este é um fanzine dos quais “não se troca”, não se esquece. Mas como o próprio define, este é uma espécie de exercício: "a construção será mínima para a máxima do construído. A traça destrói tudo."

Por: Caio Souza Nascimento

segunda-feira, 3 de março de 2014

Era uma vez um corpo

O tempo é mentiroso no interior deste pensamento, apesar de, lá fora, as pessoas celebrarem as horas, dada a imobilidade diante de si.
Descubro-me num caminho sem passos, diante do que penso que nem existe.