sábado, 5 de setembro de 2015

Um dia qualquer

Domingo fui assaltado, eu e mais duas amigas.
Três armas, uma pra cada vítima. Assim nenhum de nós poderia reclamar que correu risco de vida sozinho.
Nossas caras de quem perdeu o ônibus em dia de chuva demonstrava toda nossa indignação.
Uma chorou, a outra sem entender o que tinha acontecido me olhava, mas era impossível encarar a situação.
Para que se entenda melhor, narro aqui esse fato: três pessoas esperam a chegada do ônibus de uma delas. Conversam.
Uma carro para, descem três caras armados dizendo que "perdeu... perdeu..."(gíria de fácil dedução).

Levaram tudo, inclusive nosso amor-próprio!
Minutos depois seguimos para nossas casas. Pra felicidade de uma, dois reais sobraram e seu ônibus pode pegar.

Os outros dois caminharam e refletiam sobre como muitos deixam-se iludir pela aparente vida fácil da carreira criminal.
De fato nunca me ficou claro a lógica e o critério dentro dessa prática.
E assim passa o tempo, ainda estamos bem, mas a cidade está cada dia mais violenta.

terça-feira, 11 de agosto de 2015

Você é doce mas é transversal

Há tempos não dialogamos, Apolo.
Quando Zeus ordenou o senhor à construir as muralhas, tu, enfastiado, preferiu pegar sua lira.
Eu não sei em que momento você cantou que eu não escutei suas canções.
Hoje, como Poseidon, empilho pedras sobre pedras, enquanto tu canta para outros sua canção.
Ainda estarei livre.

domingo, 28 de junho de 2015

No jardim do inverno

O outro, inquieto pelo conhecimento, pela fome e seu amor.
A semana foi assim, de muitos dias se fez o dia.
Ficaram apenas contradições em frente ao vazio do inverno esquecido.

domingo, 21 de junho de 2015

A noite/6

A primeira vez que vi Luna Terra fui levado ao esquecimento.
Meus amigos me disseram que eu havia percorrido a memória do passado. E agora tinha duas memórias.
Sem controle fui dar uma volta, estava exausto, com um frio de morte no corpo e um vazio na cabeça.

segunda-feira, 1 de junho de 2015

segunda-feira, 11 de maio de 2015

Um pouco mais que conexão

Diante de um público que em poucos anos inundou nossas time-lines com selfies, em um claro exercício de ditar para o mundo quem tentamos parecer ser; vos digo: "É possível impregnar nossas relações virtuais com sabedorias habitualmente encontradas em outros meios."

quinta-feira, 7 de maio de 2015

Ao restante da frase

Na metade de um pensanento que nascia tão contente, trocam-se algumas frases que parecem preparadas onde tudo acontece exatamente assim.
Nessa contemplação que talvez seja só uma, ou nenhuma, situamo-nos, aprendemos a nos desconhecer.

segunda-feira, 4 de maio de 2015

Entre o tubo e a plataforma

Foi esse dia que senti mais dor.
Parei de ler, tudo tornou-se ficção.
Por um momento contei os minutos, o tempo demorou mais pra passar.
De volta à mim, projeto a voz.
Se não posso escrever nem falar, me calo.
Não vou te esperar se não te procuro mais.

segunda-feira, 20 de abril de 2015

Metáforas são para aproveitar em versos

Atirei-me, metaforicamente, pela janela do quinto andar do ano passado.
Não morri...
Embora tudo se inclui em algumas ilusões, a alma está leve, livre, numa extraordinária sensação de alívio.

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

Quando a exclusividade ultrapassa o ego

Porque suprimimos de nós mesmos o direito da participação de um outro sobre aquilo que descobrimos?
Como um "cronópio", esboço um sonho sem justificar se ele é de alguém, sem territórios nem fronteiras, cujos contornos não são fixos.
Um conhecimento não é algo fechado, é muito mais um vetor em movimento, sem privilégios nem pertencimentos.
A linguagem do ser nos oferece os universais com que nos identificar, sem prejuízos à conceitos extraídos desse mundo.
Pois como já dizia o físico e teórico alemão: "quanto maior o ego menor o conhecimento."

terça-feira, 6 de janeiro de 2015

Vamos direto ao fim...

Ao contrário do que por vezes se afirma, para deixar de ser duvidoso, é preciso, muito belamente, deixar de ser.