sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Obrigado a aquiescer.

Com febre e gripado, não encontrando concentração pra nada, desviei a atenção da rua e mergulhei num sono completo.
Melhor assim, pois bem sei que somos um organismo prestes a definhar.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Eu indico.

Eu indico o livro "Minha mãe morrendo e o menino mentido" de Valêncio Xavier, simplesmente porque ele não se preocupava com uma estética previsível, vigente nas obras literárias padronizadas por exigências acadêmicas.
Praticamente um "fanzine" em formato de livro.

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Curitiba, 16 dias de fevereiro. Já é noite, faz frio e minhas mãos estão geladas.

Agora de pouco, antes mesmo de escrever isto, estava na sacada de casa, já que tenho o privilégio de ter uma visão tão ampla, tentando observar, ou apenas observando o movimento, preso em algum pensamento distante, quando surgiu em mim um segundo pensamento, só que este mais racional:  desde que me mudei pra cá, não escrevi nada aqui, preso sobre telas que me dão uma visão em formas de desenhos geométricos.
Não sei se por falta de tesão ou algo parecido, não me agarrei a caneta e disparei a escrever até esgotar o desejo imensurável de transcrever tantas imagens que somente eu, agora, poderia descrevê-las através da escrita repassada por minhas observações.
"Quando o único objetivo da mente é o tempo, o tempo não passa."

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Onde se viram maiores

Sobre as águas de Narciso, constitui o reflexo de um tempo vibrante, sobretudo a trama inquietante da consciência sobre a natureza do ser.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

A máquina de pinball


Havia um tempo em que a caneta, e, mesmo lápis corria freneticamente pelos cadernos, folhas soltas ou qualquer outro objeto deixando indelevelmente belos registros memoráveis, gostosos, que elevam nosso espirito a um estado magno.
Hoje o cursor do computador corre absurdamente num frenesi tresloucado inundando papéis, telas, mercado, tudo. É uma avalanche total frente aos olhos, publica-se de tudo e fala-se tudo, o singelo se funde ao brutal, o sério ao filosófico, enfim a torre de Babel instalou-se. Como interagimos de alguma forma, querendo ou não, só nos resta ficarmos absortos ou dotar-nos de uma posição crítica, tanto uma como outra atitude, ou temos uma paciência infinita e ficamos estoicos frente a imensa produção ou aprendemos uma forma de absorver aquilo que julgarmos útil. Trabalho Hérculeo.
Dias atrás peguei um livro que tinha visto e olhado várias vezes, uma foto chama atenção, pois é de uma bela moça na quarta capa, encarando, talvez, um futuro leitor, despojadamente.
Tornar-se um Guimarães Rosa, criando palavras, não tem mais, ele já o fez. Usar a combinação maravilhosa das palavras como Drummond também já está feito, descobrir um novo estilo é muito complicado, senão dificílimo, pois o que restou foi construir histórias mirabolantes ou usar a imaginação e ciratividade para narrar o comum.
Clara Averbuck consegue em pouquíssimas páginas fazer a gente querer que fosse um calhamaço, numa prosa gostosa demonstra que não é só uma "moça bonita da capa escrevendo". Toda uma leva de autores aflorou ao mundo atualmente das letras pelas facilidades de exposição , mas poucos coseguem sobressair. Escrevendo de forma muito inteligente, colocando uma história comum de uma garota de classe média, fez uma narrativa em que as gírias e bordões não estão a esmos. Fez notar o que é uma mulher inteligente, independente, sem travas nos costumes e, principalmente na língua. Não é a toa que ocupa uma posição em seu meio, fazedora de opiniões, com blog e outros endereços na mídia.
É uma narrativa que traça um perfil do nascimento da mulher descolada, independente, inteligente de nossos tempos.


ATT.:
ELEOTERIO DE OLIVEIRA BURREGO
eleoterioburrego@hotmail.com