quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Carta anônima

Por deus, acho que nunca escrevi uma carta, não sei como começar, sem contar a vergonha que estou sentindo desde agora... (sim, minha letra é terrível, nem parece que fui alfabetizada).
Sabe, eu vim para esta viagem com a ideia fixa de não voltar. Vim precisando me sentir viva, quente... precisava sentir que minha existência e felicidade dependiam apenas de mim.
Indo para Machu Pichu, desde Cusco, é uma viagem de 6 horas em um ônibus. Passa por um lugar chamado Ollantain-tombo (não tenho certeza se é assim que se escreve...).
Me recusei a tirar fotos, é um crime tentar representar o que não há no caminho. Só sei dizer que alí, durante umas 4 horas, senti o que tanto buscava.
Eu transcendi de uma forma que tive contato muito íntimo e intenso com aquela natureza. Chorei o caminho inteiro, e pela primeira vez em 23 anos, chorei de alegria.
Minhas lágrimas corriam quentes e em abundância.
Não fui eu quem escolheu fazer essa ligação, não fui eu quem escolheu esse momento, foi a natureza, e depois de sentir isso, volto a ver minha vida como uma dádiva.
O que mais me passou pela cabeça é a forma como via a minha vida, e tudo me prendia a aquele momento.
Posso dizer que também era uma pessoa muito pensante sobre minha existência. Mas o que precisamos é nos sentir vivos, precisamos pensar menos e nos deixar existir.
É a melhor escala do ser, do existir, do sentir. Nada importa além do presente.
Dejate ser, chico!
Eu tinha muito mais coisas a escrever, mas não sai, eu apenas sinto.
Te gosto, rapaz. Não há um gostar que não seja intenso, bonito e puro para mim.
Cuide-se. Até logo.


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