quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

" A metamorfose - Franz Kafka : uma leitura"

Ao iniciarmos a leitura de qualquer livro já estamos imbuídos de uma pré-concepção do que está por vir. Senão for uma pequena suposição de nossa imaginação quando o temos diante dos olhos, podem ser comentários alhures, principalmente se for um título tradicional, aí sim as leituras se multiplicam, mesmo sem o ler, já temos, começo, meio e fim em nosso imaginário.

Existe um clássico que ao ser mencionado já tem toda a sua trama elucidada, mesmo por um leigo em conhecimento sobre autor e obra, e até mesmo certos leitores cultos o desdenham. Até existe uma definição clássica a ele: "Ah! Sobre o homem que se transformou em uma barata!". Embora esta característica não tenha sido deixado precisamente clara. Mesmo que o fosse, esta obra não se detém simplesmente neste significado e sim na sua metáfora que está contida por toda a obra.

Obras visionárias multiplicam as centenas conforme a capacidade humana vai se multiplicando no acesso geral com a interação entre as culturas. Esta, no entanto tem uma singularidade peculiar, pois consegue em poucas páginas por toda a angústia do homem atual.

À época de sua elaboração, a psicanálise e outras preocupações da interação do homem e seu meio ainda estavam no início. O quê Franz Kafka percebeu e pôs nestas magistrais páginas uma situação vivida em seu tempo, mas que hoje traduzem mais esta aflição tão contemporânea.

Escrita a quase exatos cem anos, reflete a busca que quase todos os habitantes deste mundo (lógico que os bem nascidos sempre existiram e sempre continuarão existindo em número crescente). Esta busca incessante para atender anseios pessoais e familiares, as vezes dá em um beco psicológico sem saída, ou em colapso geral que hoje tem mil denominações.

Neste relato ele demonstra que para sermos rotulados de bem sucedidos temos de traduzir nosso existir em um ser que produz muito, principalmente, auferir ganhos em proporções que atendam a nós e a dos outros, que de certa forma ficam dependentes de nosso sucesso. Se vacilarmos em qualquer instante e mesmo se indagar: "porquê eu?", lá no recôndito de nossa mente e perante a sociedade estaremos condenados a ser metamorfoseados em zero para uns, barata (inseto indizível) outros ou nós mesmo, enfim um inútil.


ATT.:

ELEOTERIO DE OLIVEIRA BURREGO

eleoterioburrego@hotmail.com

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