quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

A máquina de pinball


Havia um tempo em que a caneta, e, mesmo lápis corria freneticamente pelos cadernos, folhas soltas ou qualquer outro objeto deixando indelevelmente belos registros memoráveis, gostosos, que elevam nosso espirito a um estado magno.
Hoje o cursor do computador corre absurdamente num frenesi tresloucado inundando papéis, telas, mercado, tudo. É uma avalanche total frente aos olhos, publica-se de tudo e fala-se tudo, o singelo se funde ao brutal, o sério ao filosófico, enfim a torre de Babel instalou-se. Como interagimos de alguma forma, querendo ou não, só nos resta ficarmos absortos ou dotar-nos de uma posição crítica, tanto uma como outra atitude, ou temos uma paciência infinita e ficamos estoicos frente a imensa produção ou aprendemos uma forma de absorver aquilo que julgarmos útil. Trabalho Hérculeo.
Dias atrás peguei um livro que tinha visto e olhado várias vezes, uma foto chama atenção, pois é de uma bela moça na quarta capa, encarando, talvez, um futuro leitor, despojadamente.
Tornar-se um Guimarães Rosa, criando palavras, não tem mais, ele já o fez. Usar a combinação maravilhosa das palavras como Drummond também já está feito, descobrir um novo estilo é muito complicado, senão dificílimo, pois o que restou foi construir histórias mirabolantes ou usar a imaginação e ciratividade para narrar o comum.
Clara Averbuck consegue em pouquíssimas páginas fazer a gente querer que fosse um calhamaço, numa prosa gostosa demonstra que não é só uma "moça bonita da capa escrevendo". Toda uma leva de autores aflorou ao mundo atualmente das letras pelas facilidades de exposição , mas poucos coseguem sobressair. Escrevendo de forma muito inteligente, colocando uma história comum de uma garota de classe média, fez uma narrativa em que as gírias e bordões não estão a esmos. Fez notar o que é uma mulher inteligente, independente, sem travas nos costumes e, principalmente na língua. Não é a toa que ocupa uma posição em seu meio, fazedora de opiniões, com blog e outros endereços na mídia.
É uma narrativa que traça um perfil do nascimento da mulher descolada, independente, inteligente de nossos tempos.


ATT.:
ELEOTERIO DE OLIVEIRA BURREGO
eleoterioburrego@hotmail.com

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