quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Sétima carta

No momento em que escrevo esta carta, Apolo, me encontro em uma sala, trancado, rodeado de coisas que adquirimos com o passar dos anos.
Demorou muito tempo para que as circunstâncias nos unisse novamente.
As vezes a gente pensa que está escrevendo bobagem e só conseguimos acentuar as desconfianças.
Quando há indícios que afirmam isto, procuro me distanciar e respeitar nossa consciência. 
Este é o ponto em que não consigo transmitir nada. São horas que prefiro me calar à concluir parte daquilo que conheço da minha infância.
Mesmo que um dia eu venha finalizar todo este processo, talvez você será o único que compartilhará de minhas confidências.
Tudo quanto se sabe é que no carregar dessas reminiscências, posso avaliar de maneira mais coerente todo o processo a que fui submetido.
Por tanto, examinaremos juntos todo o conteúdo e os efeitos ocultos exercidos sobre mim.
Esta é a oportunidade que encontrei para denunciar a falta de sensibilidade e afeto que edificou o desconforto que agoniza por tanto tempo aqui, dentro deste peito.
Não sei de onde e nem porque amplio essa pressão sobre meu comportamento, mas este é o processo que ocasionou o nosso reencontro.
Essa viagem sentimental será transmitida e conservada nos vestígios de minha infância.
Por tanto, isso levará um tempo, Apolo, pois dos trinta já passei e hoje reconheço que os adultos podem fazer coisas que as crianças não podem.
Não me resta dúvida, Apolo, sou qualquer um para qualquer um, menos pra você.
Esta noite necessito do silêncio.

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