quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Oitava carta ao poeta amargo

A punição, Apolo, é o desejo do mais forte que se impõem sobre o mais fraco.
Esta ação primitiva, por vezes se estabeleceu no espaço em que eu vivia quando criança.
Isso era o reflexo dos anseios e conflitos existentes em meio à hostilidade do lar.
Todo real tem seu imaginário, um conjunto de valores além da vontade de um domínio sobre seu território.
Fico me perguntando se o preço atribuído à isto, é representar um certo tipo de autoridade com interesse mais amplo.
Atualmente, estas questões mantém o progresso destas confissões.
Neste cenário, essa espécie de fetiche que me atrai ao passado, encontro o discurso apropriado em defesa de uma ingenuidade equilibrada entre a densidade de sentimentos, refletido no discurso atribuído a uma fase de constante silêncio devido à ameaças.
Os sonhos daquela época eram os desenhos em preto e branco que multiplicaram a distância em dois momentos luminosos; o de estar aqui hoje narrando esses desencantos e a compreensão singular dos momentos em que sobrevivi a cada ataque de ira e hostilidade.
Não há homens nesta platéia, Apolo, somente eu e você conhecemos os personagens deste grupo de pessoas que tem parentesco entre si.
Ironia ou não, o coração materno de amor tirânico, reduziu minhas expectativas quanto aos desejos múltiplos, frustando meus objetivos.
Melhor do que revelar esta passagem íntima é intensificar um experimento de hábitos que me despertaram para a vida adulta.
Como o diário de uma imaginação que agoniza, mas que insiste em narrar suas impressões, rendo-me temporariamente ao cansaço das horas.
Voltarei a lhe escrever, pontuando nossa trajetória.    

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